quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Sequência

Por: Beto

Hoje na volta do trabalho eu vi uma ocupação de terra.
Famílias, crianças, tendas, plástico e ripas. Não tinha notado a ocupação no caminho de ida. Nem ontem, passando pelo mesmo lugar. Das duas uma: ou estou mesmo atento, ou com a visão comprometida pela correria.

A cena me trouxe à mente uma sequência de outras situações presentes nos últimos dias e meses. Em Naviraí (MS) e em Americana (SP), Guaranis-Kaiowá e camponeses. Determinadas canetadas podem impedir, nos próximos dias e semanas, um suicídio coletivo e um processo de despejo de centenas de famílias.

Onde circulo, processos semelhantes ocorrem a cada dia. Desocupações, invasões. Açoites. Ameaças de incêndio.
No auge do ringue do segundo turno tenho um breve cenário urbano-rural do meu país

Reflito sobre a representatividade que esta aí, proposta. Imposta. Dia após dia ouvindo promessas, diálogos, propagandas. Sendo invadidos pelo vermelho, pelo azul e amarelo, panfletos e infinitos cavaletes.

Segue a estrada dos pensamentos, numa breve análise que é indignante.
Soninha, por exemplo. A fala descolada e simpática me vira e acusa o adversário de filhadaputagem. Bom, deram o Print. Rs. A análise fez-me rir no começo. Mas a risada, nesse caso, só poderia ser sadismo de minha parte. Diante do cenário da vida.

Vou ao representante do centro expandido. Este sente cada vez mais o sabor da derrota. Não sabe mais como perder e logo estará como Maluf. Perderá de novo, mesmo apelando para as vítimas do acidente da TAM no horário eleitoral. Realmente, essa ele saca da manga. Parece que foi bem efetivo o socorro às vítimas na época. Ótimo.

Mas com grande respeito às famílias, eu não me comovo, candidato, já que vejo pela janela o extermínio e a luta. Vejo a justiça optando pela especulação em detrimento da vida, amparada por artigos e incisos, retirados da nossa incapacidade de intervenção histórica, no qual legislamos contra nós mesmos ao escolher nossos representantes.

Sigo nesse mote de pensamentos. A cena é triste. A cena incomoda. E não há como não pensar em nossa representação, ainda mais nesse momento.

1984. Lembro-me do grande articulador: o centro, o partido. Enquanto exigimos, ansiosos, vetos, assinaturas e posturas, ele opera por si. Liso, ele cruza o país, onde duas imagens acompanham a trupe: o Presidente e a Presidenta. Agora, no segundo turno, eles vêm pessoalmente, principalmente nas cidades grandes.

Em São Paulo, Haddad me chama a atenção: senta pra ideia na reta final em SP. Ideia representativa, com Brown, Ice Blue, Leci Brandão, Helião, Ganjaman.
Netinho de Paula?
Já em Campinas, vem a dupla dizer descaradamente que lugar de radialista não é na política. Nessa hora ri de novo, olha a frase! Olha o pleito eleitoral!

Não há credibilidade, nem muito motivo pra sorriso. A sequência de notícias nos leva à mazela. Irracionalidade no campo e na cidade. Em São Paulo a sensação é a de uma cidade nocauteada pela gestão da elite. Nocauteada pelos ricos, pelas ocupações policiais, bombas de gás, abusos, crimes. Repressões de todas as formas.

(Me foge o plural da palavra “projétil” nesse momento).

Fica o maior questionamento desse processo eleitoral:
Em que medida o povo reconhece que está acuado?

Entre o crédito, os empréstimos e os juros. Entre gás de pimenta, despejo e esgoto a céu aberto.  Entre o salário no nível do simples pra muitos e do inexistente para outros tantos.
Entre aqueles que aberrantemente não veem essas cenas, ou fingem não vê-la, ou até mesmo culpam aqueles que protagonizam a cena pela sua existência.

Acuado estamos todos.

Entre todo o tipo de propaganda eleitoral.
Atingidos.

Entre o drama da TAM.
Sensibilizado.

Entre o comício e o último capítulo da novela.

Creio que existam fatos emblemáticos, que podem mexer com a sensibilidade de uma nação e dos seus cidadãos. Certo?
Não seria uma ameaça de suicídio coletivo por etnias de nosso território um desses fatos?  Mesmo entendido como "morte coletiva" na análise institucional (o que seria, em tese, diferente).

A cidade afirma “Yes, nós temos amor!” na Praça Revitalizada, enquanto o mandatário do Estado diz que só morrerá quem se mexer.

(Na periferia a próxima festa do amor, combinado?)

O cidadão e o eleitor.
O campo e a cidade.

Até que ponto essa sequência de pensamentos que eu tive recobre as pessoas essa época do ano é difícil de mensurar. Talvez não tão pouco como se afirme. Mas há uma certeza: quem não vê, não pensa.


quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Em qual mentira vou acreditar?

Por: Junior



No próximo Domingo, o povo Paulistano vai às urnas escolher seu novo velho Prefeito.
Novo velho seja qual for o resultado da festa da "Democracia", pouca coisa vai mudar pra melhor.

Os principais concorrentes ao cargo, não passam a menor confiança. O atual líder das pesquisas Russomano, ficou famoso por trabalhar na TV. E entrou na política através do seu "dindo" Paulo Maluf e hoje tenta de todas as maneiras possíveis esconder isso. Foi deputado federal e na Câmara nada fez pra melhorar nossa vida. Participou sim de diversos conchavos e votou contra o projeto Ficha Limpa, sempre se disse Católico e hoje está recebendo apoio maciço das igrejas evangélicas.

Ao que tudo indica Russomano vai disputar o segundo turno contra Serra ou Haddad. Não preciso falar o porquê de não votar em Serra, é até difícil, são tantos motivos que daria pra escrever um livro, Serra é o PSDB, de Alckimin, de FHC, das privatizações, da policia que anda matando a todo quer direito, além de ter apoio do atual e pior prefeito da história de SP. O petista Haddad de trabalhador não tem nada, foi criado a vida todo com "sucrilho no prato" foi uma imposição de Lula que visa dar uma cara nova ao PT, criando novas figuras publicas. Para esconder os petistas e mensaleiros Genoino e Zé Dirceu, se não bastasse isso a candidatura de Haddad tem total apoio de Maluf.

Temos ainda os jovens Soninha e Chalita. Ela até que era uma boa jornalista, tem um bom papo sempre tá sorrindo, mas seu Partido e seus ideais não merecem a menor consideração. Chalita é do PMDB e já foi do PSDB se não bastasse isso seu discursinho de bom moço que quer unir PT e PSDB em prol de SP, não cola nenhum pouco.

Ainda na disputa o sindicalismo, com um imenso aparato e nenhum resultado de Paulinho da Força. E os fanfarrões Levi Fidelix e Eymael.

Nos resta dar uma olhada com mais atenção em Ana Luisa (PSTU) e Giannazzi (PSOL).

Ou acabar recorrendo ao VOTO NULO!