Por: Beto
O Lado de Cá da Marginal viveu mais uma tarde de “Clube da Luta”, como relacionou o jornalista Mauro César Pereira.
Quem se recorda desse filme, entenderá a relação.
Quem não assistiu, deve fazê-lo, para compreender a situação dos confrontos entre membros de Torcidas Organizadas em SP, no Brasil e no mundo. Confronto que mais uma vez estragou o futebol nosso de cada domingo.
Assim como o confronto nos clássicos, a reação do poder público e da mídia foram repetidos, manjados, ingênuos e plenamente ineficientes.
As velhas caras do “jornalismo” esportivo esculacham torcedores, chamando-os de vagabundos e bandidos, incentivam que as famílias assistam o clássico pelo Pay-Per-View.
A Federação proíbe através de um gesto simbólico as faixas, bandeiras e baterias das entidades envolvidas de entrarem nos estádios.
Pois bem.
É impossível e absurdo dizer que todo torcedor organizado se envolve em confrontos. Em termos estatísticos, se todos eles brigassem nas ruas, não haveria mais pedra sobre pedra na cidade. Segundo ponto: as torcidas organizadas fazem parte do clássico, fazem parte da festa do clássico. Bandeiras, fumaça, gritos, bateria.
Os torcedores organizados se organizam também na festa. A mesma festa que abastece os cofres da mídia esportiva, que passa aí na sua telinha na chamada dos jogos. A mesma torcida hoje punida é aquela que acompanha o time fora de casa, que vai ao estádio quando o time está caindo pelas tabelas.
A Torcida Organizada faz parte de uma realidade do futebol do Brasil e do mundo. Nada a diferencia do torcedor “desorganizado”, a não ser o fato de sentir uma identidade de grupo com a entidade e não apenas com o time.
O fato de violência faz parte dessa realidade e é preciso reconhecer isso. Historicamente, essas torcidas competem entre si. Na festa e na prática. Querem ir e vir na cidade, sem depender de proteção de polícia. Trilhando seu próprio caminho.
Isso gerou um histórico de confrontos envolvendo as Torcidas e o entorno dos campos de futebol. Mas isso mudou!
A cada dia, as entidades são deixadas de lado como motivação da briga. O time de coração, então, nem se fala. Os “bondes” representam apenas grupos de amigos ou colegas e hoje se fragmentam dentro da Torcida.
As entidades organizadas não tem controle nenhum sobre.
Aí que entra o Clube da Luta. A Treta e a Adrenalina da treta. Isso que move os confrontos.
Ponto.
Gaviões, Mancha.
Isso é apenas o estereótipo. As outras palavras complexas eu deixo para quem entende melhor do assunto. Que eu arrisco dizer deve ser do campo da psicologia, filosofia ou quem sabe espiritismo... Jamais do MP ou da PM.
As Punições e a intervenção, com certeza devem ocorrer!
Inclusive poderiam contratar estagiários do 6º, 7º ano fundamental que um mapa completo dos confrontos com data e horário estaria pronto em poucas horas. Basta mínimas noções sobre redes sociais.
Nesse lugar, Polícia deve agir, para impedir que as pessoas de serem atingidas e envolvidas na briga.
É lá que a Polícia deve ser truculenta e não na arquibancada, agredindo torcedores.
Quem acorda 8 da manhã pra brigar quer brigar.
Quem paga ingresso caro pra ver o jogo quer disseminar uma cultura, uma alegria, uma história.
Ir ao clássico de domingo. Tenho orgulho em dizer que tava lá ontem. Sem briga no meu caminho a na minha tarde. Pois eu sabia onde e como ela aconteceria.
Sem aprofundamento com meu envolvimento pessoal, tanto na arquibancada, quanto na Torcida e até mesmo com relação ao bairro onde ocorreu o confronto.
Só vou lembrar que aqueles que gostam de briga já estão se afastando do estádio.
A FPF não precisa afastar os que não gostam!
Simples.
Enaltecer a festa que faz a Gaviões a Mancha e outras é um golpe naqueles que querem a briga. Fortalece o sentimento de alegria do futebol e cada vez mais distingue aqueles que saem de casa com a cabeça cinza.
Igual aos personagens do Clube da Luta.