terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A crise da informação

Por: Beto


Já se deparou com aquela sensação de que há muito mais respostas do que perguntas?
O termo “googleada” já está disseminado e é uma realidade.
Existem as dúvidas, os questionamentos, as necessidades. E, em virtude destas, toneladas de informação.

Informação científica... Acadêmica. Informação livre, popular. Mídia e “antimídia”. Internet, rádio, TV e livros. Informações contraditórias, abstratas, incoerentes... Porque não? INVENTADAS.

Nesse momento, não quero levar a bandeira do filtro que devemos instalar em nossa mente para interagir com tantas informações. Simplesmente reconhecer na quantidade, o elemento mais contraditório da informação. E que, com isso, tira sua credibilidade.



Pensemos aqui. O título deste texto não trata de nenhum conceito. Mesmo porque, sobre esse assunto, diversos profissionais e pesquisadores criariam um esquema perfeito de palpites.

E pelo que parece, os palpites são, de fato, aquilo que devemos nos prender para compreender a realidade que nos envolve. Seria a melhor fonte de informação.

Não demandamos a existência de nenhum especialista, seja lá qual for sua origem, religião, preferência política.

Independentemente da ciência que se proponha a explicar a crise da informação é preciso admitir que, nessa mesma ciência, esta ancorada a produção da própria informação.

O patamar de troca de informações que alcançamos nos permite palpitar em qualquer situação. Inclusive, o que defendemos em “Manifesto”, publicações atrás.

Mas aqui destaco que a Maravilha da Comunicação, quase um mito, traz com ela o kit de interpretação da realidade, que, nada mais normal, ocorre de maneira diferenciada em cada uma das culturas pelo mundo.

Sendo assim, propor o palpite como uma interpretação praticamente completa da realidade é plenamente aceitável. Afinal, diante de infinitos palpites, principalmente aqueles de cunho científico ou religioso, determinamos nossa informação e, instantaneamente, a transmitimos.

A mídia, enquanto principal veículo de transmissão sintetiza como quer, ou como pode as informações. E nem tenho ânimo aqui para aquela questão da manipulação de informação e seus interesses.

Só vou um degrau abaixo para lembrar que tais interesses, veiculados junto à informação, são representativos de um modo de pensar a realidade que, por sua vez, foi determinado por um palpite.

Religioso ou científico
Científico ou religioso. (De preferência os dois articulados pelo Estado)
A mídia apenas prolifera aquela voz mais incidente, mais insistente, do palpite.

Neste espaço nos propomos a isso, inclusive. Um exercício da mídia. Ele é insistente, aliás, de disseminar informação sob pontos de vista que nada mais foram que, em sua essência, palpites, em maior ou menor escala de disseminação.

Encerro  questionando: Acreditar no INPE ou no Lavrador que olha o céu e aponta a chuva?
Na conversa de buteco ou na Folha de São Paulo?
Por exemplo, o recente tema da Cracolândia.
Quem o compreende melhor? Estado e polícia? Moradores?
Antropólogos, Sociólogos ou Geógrafos?
Kardecistas, Evangélicos ou Católicos?

Diante da crise da informação, qualquer tentativa de compreensão completa da realidade, ou seja, universal é contraditória. Ela não alcança o patamar de explicação universal que se propõe. Mesmo porque, isso seria impossível.

Mas, pior que isso, engrossa e engessa os horizontes da informação.

Acreditemos, antes de tudo, nos palpites.


*Como um complemento dessa idéia, sugiro “Un Cuento Chino” - Sebastián Borensztein Argentina, 2011. –ainda em cartaz, onde a trama gira em torno de uma informação inusitada: uma vaca que caiu do céu e matou uma jovem.


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