Não sei você, mas às vezes eu tenho vontade de sumir…
Sei que não vai dar certo, mas não leio os jornais, não vejo telejornais, não acesso internet. É tanta desgraça, tanta injustiça, tanta gente sofrendo, que penso estarmos tão atolados num mundo de merda que perco esperança no futuro.
Mas não adianta fugir... Sempre tem uma hora que não temos nenhum bom filme pra ver, nem um bom livro, ou ao menos um futebolzinho pra assistir.
Aí acabo vendo o noticiário... Uma senhora chorando porque precisa fazer um exame que seu plano de saúde pago pontualmente durante vários anos não cobre. Um senhor aposentado reclama das horas que esperava para ser atendido. Ele poderia ser meu avô, sua avó.
Estamos acostumados a ver reportagens sobre a saúde pública, pessoas amontoadas em corredores nojentos, mulher dano a luz no meio de baratas.
Telejornal que segue... E também segue a inacabada Primavera Árabe, a Grécia e boa parte da Europa continuam passando o chapéu. O Vaticano se desculpa por mais um caso de pedofilia no Velho Continente, uma eleição fraudulenta na Rússia e a molecada chilena continua botando pra quebrar.
Uma chuvinha de fim de tarde inundou várias ruas paulistanas... A mesma cena de sempre: um carro no meio da lama, famílias inteiras acenando de cima da laje.
Os apresentadores do jornal comemoram a fato do brasileiro estar comprando mais carros e mais celulares. Não sei você, mas eu não acho que maior poder de compra signifique uma vida melhor.
Mais uma comunidade carioca que caiu no conto da pacificação, mais uma greve que só mostram o lado do patrão, uma reportagem pelegaça mostra a movimentação nos shoppings.
O pai que matou o filho, o filho que matou a mãe, a mãe que chora a morte de seu filho atropelado por um boy bêbado. É um clichê do jornalismo moderno; filmar a cracolândia do alto de um prédio.
Às vezes acho que deveria acreditar em Deus, e colocar a culpa de tudo na conta o Divino onipresente, que tudo vê.
Mais duas câmaras de deputados aumentam seus salários. Em Brasília, mais uma MP no mínimo duvidosa, mais um ministro metido em corrupção é demitido, várias votações feitas às pressas para chegar logo as férias... Melhor arrumar alguma coisa pra fazer.
Quem deveria ao menos tentar melhorar nossas vidas... Está mais preocupado em garantir seu Feliz Natal, seu próspero Ano Novo!
Mais um ano que se vai... e nossos problemas continuam.
ResponderExcluirSemana passada a Favela do Moinho (veja a foto no texto "O X do problema") foi totalmente destruida. Uma tragedia anunciada que poderia ser evitada.
Não seria viajem alguma imaginar que a Prefeitura provocou o incendio, pra condeguir enfim expulsar aquela gente de lá!
Poisé... olha que não é duvidável mesmo.
ResponderExcluirAno Novo.
ResponderExcluirSabe que esses dias está ocorrendo a operação de derrubada do edifício localizado na área onde houve o incêndio.
Sim, uma Operação.
Pois não apenas soa estranho um incêndio de causa desconhecida e a desocupação/implosão forçada de um prédio deteriorado.
Não se trata, apenas, de um Complexo de Habitação popular precária, que sairia de cena justamente no eixo onde se focam os objetivos da "Nova Luz".
Junto a isso, a implosão ganha caráter de operação: Fracassa e compromete, sem previsão de retorno, as linhas da CPTM.
Ano Novo de Neymar, Michel Telló e a "série especial de reportagens do Jornal Nacional sobre Cuba", pra descontrair.
Nesse lance da favela do Moinho teve até a presença do nosso "ilustre" prefeito. Foi tão vaiado que mal dava pra ouvir o que ele dizia, a câmera não mostrou o que foi feito para conter o povo que tava bem a fim de PARTIR PRA CIMA DELE.
ResponderExcluirPena que não fizeram isso, pena que a gente é obrigado a ver sempre as mesmas merdas nos telejornais, entra ano sai ano e nada muda!
Júú...
ResponderExcluirLembro direitinho o dia dia que a gente passou por essa favela, e vc falou do quanto a prefeitura queria tirar eles de lá!
Não a viajem mesmo imaginar que foi proposital.